Milho tem ‘queda em dobro’ na região de Guarapuava

Dados divulgados pelo Deral revelam que a área de plantio e a produção sofreram redução na região guarapuavana, repetindo a tônica estadual

A região de Guarapuava deve ter uma quebra em dobro na próxima safra de milho. Tanto na área de plantio quanto na produção, o terceiro planalto paranaense sofrerá as consequências da redução de preço do grão, que desestimulou os produtores em todo o Estado.

Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), a baixa na área produtiva da região guarapuavana é de 22%, na comparação com a safra anterior (2016/2017). Ou seja, o espaço destinado ao planto do milho passou de 71.600 hectares para 56.000 hectares.

Já a produção terá queda de 28%. Trocando em miúdos, significa que as 773.570 toneladas da safra 2016/2017 vão cair a 554.400 toneladas na próxima colheita. Consequentemente, o rendimento passa de 10.804 kg/ha (safra 2016/2017) para 9.900 (2017/2018); enfim, baixa de 8%.

No mês passado, os agricultores da região já tinham alertado para a redução da área de plantio do milho, que sofreu atrasos. Alguns produtores ouvidos pelo CORREIO disseram que o espaço do grão passou de 30% para 25%.

E isso porque a localização de Guarapuava integra 50% da produção de milho no Paraná, que ficou concentrada na região Sul, uma tradicional produtora do grão. A colheita é vista principalmente nas regiões de Ponta Grossa, com 57 mil hectares; Guarapuava, com 56 mil hectares; e Curitiba, com 55 mil hectares.

ESTADO

A quebra da safra em Guarapuava é somente um reflexo do que ocorre em todo o Estado. O Deral aponta para uma área de 340.680 hectares, já totalmente plantada e a expectativa com o desenvolvimento da lavoura é boa. A área é a menor da história para a primeira safra do grão, com uma queda de 34%. A previsão de produção é de 3,07 milhões de toneladas, 38% menor em relação ao ano passado.

Segundo o Deral, o plantio de milho se concentrou na região Sul do Estado, tradicional produtora do grão. A redução no plantio é explicada pela queda no preço, que já chega a 31%. Em novembro de 2016 a saca valia R$ 32 a saca e este ano R$ 22.