Meta é vacinar 10 mil crianças em Guarapuava, diz chefe
A campanha nacional de vacinação contra as duas doenças começou em 6 de agosto e prossegue até o dia 31. Devem ser imunizadas todas as crianças com idade entre um e quatro anos completos, mesmo as que já foram vacinadas
Apenas 10% do público-alvo da campanha contra o sarampo e a poliomielite foi vacinado até o momento em Guarapuava. Segundo a chefe do departamento de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Chayane Andrade, a meta é bater a marca de dez mil crianças (na faixa de idade de um a quatro anos completos) até o próximo dia 31 de agosto.
Com a baixa adesão, torna-se ainda mais importante o Dia D no próximo sábado (18/agosto), em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. Segundo Andrade, todas as unidades estarão abertas das 8 às 17h, com exclusividade na aplicação das doses contra sarampo e pólio. Somente as unidades do Rio das Pedras e do Feroz não terão vacinas e, claro, as urgências (à exceção do bairro Primavera, que é mista). No Dia D, todas as unidades estarão abertas especificamente só pra fazer a vacina, diz a chefe.
Inclusive, Andrade faz um apelo para que os pais levem seus filhos até uma unidade de saúde nesse Dia D. Mesmo as crianças que já foram imunizadas em momento anterior precisam repetir a dose. É uma campanha indiscriminada. Todas as crianças de um a quatro anos vão receber, independentemente se estejam ou não no esquema de vacinação completo.
A Secretaria Municipal de Saúde estará engajada para atingir a marca de 95% do público-alvo. Para tanto, o Rotary fará uma carreata nas ruas de Guarapuava com os personagens Zé Gotinha e Maria Gotinha. O intuito será conscientizar e convocar pais e crianças para se dirigirem a uma UBS. Basta levar a carteirinha de vacinação e o cartão do SUS.
CASOS
Ao contrário de outras cidades, Guarapuava ainda não teve, felizmente, caso de sarampo. Mas uma criança oriunda de área de risco visitou a cidade e despertou suspeita das equipes de saúde. Nos exames laboratoriais, foi confirmada que era outra doença.
Segundo Chayane Andrade, o episódio serviu de alerta. Guarapuava, por enquanto, não tem casos. Mas não é uma ilha, frisando que o trânsito de pessoas torna o município suscetível a doenças ou surtos.
REVOLTA
Além disso, existe um movimento nacional de repúdio às vacinas que atingiu a terra do lobo bravo. É uma espécie de revolta da vacina dos novos tempos.
Na avaliação da especialista, a falta de conhecimento e a proliferação de fake news têm sido danoso para as campanhas de vacinação. Geralmente, são pais que acham que ter filhos bem nutridos e saudáveis é o bastante para se prevenir contra doenças, privando sua prole das doses recomendadas.
Se a gente não tem vacina, acaba sendo suscetível a adquirir uma patologia, avalia Andrade. Ela diz que toda vacina tem bactérias, vírus que são injetados no organismo para criar anticorpos e imunizar o corpo. Mas é uma quantidade preconizada, certa, estudada.
Sem contar que esse público contrário às vacinas é formado por adultos que sempre foram imunizados pelos seus pais quando eram crianças. Ou seja, estão imunes e nunca viram casos de sarampo, pólio ou coqueluche.