Manvailer deve ir a júri popular, diz MP
De acordo com os promotores, o réu também deve continuar em prisão preventiva, já que ‘não houve a modificação das circunstâncias que ensejaram a decretação de sua custódia cautelar’
O Ministério Público do Paraná (MP-PR), através dos promotores Dúnia Serpa Rampazzo e Pedro Henrique Brazão Papaiz, solicitou que Luis Felipe Manvailer, que é acusado de matar a advogada guarapuavana Tatiane Spitzner, vá a júri popular.
No documento de alegações finais anexado ao processo na tarde desta segunda-feira (22), a promotoria afirma que Manvailer é o responsável pela morte de Tatiane de forma segura e incontroversa.
Com efeito, conforme demonstram as diversas filmagens colhidas no edifício […], por diversas vezes, Tatiane deve sua liberdade privada, pois tentou correr e fugir, mas foi seguida, segurada e impedida pelo esposo Luis Felipe, sendo constantemente encurralada e agredida, aponta o MP-PR.
Ele é réu no processo por homicídio qualificado, cárcere privado e fraude processual.
Em relação à última acusação, os promotores afirmam que, após a queda de Tatiane, Manvailer retirou o corpo da vítima da calçada e levou até o apartamento do casal, posteriormente limpando as marcas de sangue.
[…] denota-se que o réu invocou artificiosamente os vestígios do crime e o estado de lugar das coisas, a fim de induzir a erro o juízo ou o perito, acrescenta.
Nas alegações, os promotores ainda afirmam que há relatos de vizinhos que ouviram a vítima pedir por socorro enquanto ainda estava dentro do apartamento.
MANVAILER SE DIZ INOCENTE
Em depoimento no dia 21 de março, Manvailer permaneceu em silêncio durante a maior parte dos questionamentos, mas afirmou que não matou Tatiane Spitzner. Sempre amei minha esposa, disse.
Além disso, ele citou duas testemunhas – uma pessoa que morava em frente ao prédio em que o casal vivia, e outra que reside atualmente no Espírito Santo – que estão longe da influência do senhor Jorge Spitzner, em suas palavras.
Segundo Manvailer, a primeira testemunha relatou ter visto Tatiane se debruçar sobre a sacada, e a segunda disse ter ouvido gritos da mulher enquanto ela caía, o que poderia indicar que ela estava viva antes da queda.
De acordo com um laudo do Instituto Médico-Legal (IML), Tatiane faleceu por asfixia mecânica causada por esganadura. A defesa questiona o exame.
CASO
Tatiane Spitzner foi encontrada morta em seu apartamento na região central da terra do lobo bravo na madrugada no dia 22 de julho. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), Manvailer além de ter matado a mulher, a jogou pela sacada do apartamento e, depois, recolheu o seu corpo.
Imagens das câmeras de segurança, que foram amplamente divulgadas, mostram agressões de Manvailer momentos antes da morte da advogada.
Devido a isso, ele responde pelos crimes de homicídio qualificado, cárcere privado e fraude processual, já que tentou apagar das provas do crime.
Luis Felipe Manvailer foi preso no município de São Miguel do Iguaçu, a 340 Km de Guarapuava, horas após a morte da vítima. A suspeita das autoridades é que ele estava tentando fugir para o Paraguai.