Manifestação na região de Guarapuava reúne mais de 200 caminhoneiros

Em seu segundo dia, greve da categoria reivindica a queda no preço do diesel e do pedágio, além de um frete mais justo. Segundo a PRF Paraná, movimento ocorre em mais de 30 pontos nas rodovias federais do Estado

Sem caminhão, o Brasil para. Com essa frase estampada no Km 340 da BR 277 (trevo do posto Panorâmico), mais de 200 caminhoneiros continuam mobilizados, nesta terça-feira (22), na região de Guarapuava, no segundo dia da greve nacional contra o preço do diesel. O combustível teve alta de 56% ao longo dos últimos dez meses, segundo levantamento do jornal O Estado de S.Paulo.

No caso de Guarapuava, os manifestantes de todas as partes também reivindicam preços acessíveis para o pedágio e a não cobrança do eixo erguido; além de um frete mais justo. A reportagem do CORREIO conversou com alguns caminhoneiros, que reclamaram do alto custo para manter seu caminhão na estrada: o valor abusivo do diesel e a taxa de pedágio tornaram inviável trafegar pelas rodovias do país.

Por isso, eles permanecem em greve desde esta segunda-feira (21), em pelo menos 21 estados, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). No caso do Paraná, são mais de 30 pontos de interdição nas rodovias federais.

Em Guarapuava, a manifestação segue até o início da tarde desta terça-feira (22) fora da pista, ou seja, sem fechamento da BR 277 para o tráfego de ônibus e automóveis, por exemplo. Mas os caminhoneiros que passam pelo local são convidados a dar meia volta e retornar ao ponto de origem, sem poder continuar a viagem até o destino. Até mesmo veículos menores, como os utilitários, estão sendo abordados. É que estes também podem transportar algum tipo de carga.

Aliás, parte dos motoristas de caminhão nem tem saído de casa, permanecendo em sua cidade à espera do desenrolar da greve.

O objetivo é o desabastecimento das cidades, disse um caminhoneiro que não quis se identificar. Com a falta de produtos, os manifestantes acreditam que todos vão sentir o impacto da manifestação. A reportagem identificou caminhões de supermercados e frigoríficos entre os veículos estacionados nas imediações do Km 340.

Por enquanto, a greve não tem perspectiva de término, dizem os caminhoneiros.

Caminhoneiros protestam principalmente contra o preço do diesel (Cristiano Martinez)

QUEDA

A partir desta quarta-feira (23), a gasolina e o óleo diesel ficarão mais baratos nas refinarias de todo o país. Informações divulgadas nesta terça-feira (22) no site da Petrobras indicam que o preço da gasolina cairá 2,08% e o do diesel, 1,54%.

A queda no preço da gasolina ocorre depois de 11 aumentos consecutivos nos últimos 17 dias e de o preço do produto ter fechado os primeiros 21 dias do mês de maio com alta acumulada de 16,07%. Com a queda de 2,08% que entra em vigor amanhã, o preço da gasolina nas refinarias cairá para R$ 2,0433.

No caso do diesel, com a queda de 1,54%, após sete aumentos consecutivos, o produto passará a custar a partir de amanhã nas refinarias R$ 2,3351. O diesel acumula desde o dia 1º de maio alta de 12,3%.

A queda de preços anunciada nesta terça pela Petrobras se dá um dia depois de a companhia ter informado mais um aumento nas refinarias de todo o país nos valores do diesel, que subiu 0,97%, e nos da gasolina, com alta de 0,9%.