Guarapuava registra 5 mortes em 2018 durante confrontos com policiais

No segundo semestre de 2018 houve 148 mortes em todo o Paraná, o que representa um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior, que teve 131 casos

Em balanço divulgado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nesta quinta-feira (17), Guarapuava aparece em 14º lugar entre as cidades do Paraná com maior número de mortes em confrontos com policiais em 2018. Entre outras funções, o Gaeco tem o controle externo da atividade policial.

Ao todo, a terra do lobo bravo teve cinco óbitos, todos em situações envolvendo a Polícia Militar. No ranking divulgado pelo Gaeco, Curitiba aparece em 1º lugar, com 76 mortes (73 com PM e três com Polícia Civil). Em seguida, vem Londrina, 23 ocorrências dessa natureza (22 com PM e uma com Guarda Municipal); e São José dos Pinhais, 21 (todas com PM).

Na região de Guarapuava, aparecem os municípios de Pitanga, três mortes (em confrontos com PM); e Pinhão também com outros três casos (PM).

PARANÁ

Segundo o Gaeco, no segundo semestre de 2018 houve 148 mortes em todo o Paraná, o que representa um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior, que teve 131 casos. Durante todo o ano de 2018, foram 327 mortes, 52 a mais que em 2017 – um aumento de 18,9%.

No segundo semestre do ano passado, foram 141 mortes em confronto com policiais militares e sete em confrontos com policiais civis. Não houve mortes em enfrentamentos com as Guardas Municipais.

No ano todo, houve 312 mortes em confrontos com policiais militares, 12 em confrontos com policiais civis e três com guardas municipais.

MESES

Ao longo de 12 meses em 2018, o Gaeco registrou 327 mortes em confrontos policiais no Paraná. O período com maior incidência é março, quando ocorreram 39 óbitos (37 casos em confrontos com a Polícia Militar, um com a Polícia Civil e outro com a Guarda Municipal).

Ainda no levantamento do órgão, aparece em seguida o mês de agosto, com 35 mortes (33 com PM e duas com PC). E, fechando o Top 3, fevereiro, 32 ocorrências (somente em confrontos com a PM).

Na outra ponta, o período mais tranquilo se concentra em novembro (13 mortes, todas com PM) e dezembro (13 casos: 12 com PM e uma com PC). Sem contar o mês de maio, 25 (21 óbitos com PM, três com PC e um com GM).

ESTRATÉGIA NACIONAL

O controle estatístico das mortes em confrontos policiais pelo Gaeco faz parte de estratégia de atuação do MPPR com o objetivo de contribuir para diminuir a letalidade das abordagens em confrontos policiais. As iniciativas do Ministério Público já foram discutidas com representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar. Além disso, a exemplo dos demais MPs do Brasil, o Ministério Público do Paraná aderiu ao programa nacional O MP no enfrentamento à morte decorrente de intervenção policial, instituído pelo Conselho Nacional do Ministério Público, por meio da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança. O objetivo da iniciativa do CNMP é assegurar a correta apuração das mortes de civis em confrontos com policiais e guardas municipais, garantindo que toda ação do Estado que resulte em morte seja investigada.

ACOMPANHAMENTO

O coordenador estadual do Gaeco, procurador de Justiça Leonir Batisti, explica que todos os casos são acompanhados pelo MPPR. Segundo ele, em sua maioria, as mortes efetivamente resultam de confrontos. As situações em que há indícios de execução geram procedimentos investigatórios que podem levar à responsabilização dos policiais.

O controle feito pelo MPPR é o primeiro passo para a garantia de que nenhuma morte ocorrida em confronto policial fique sem investigação e, na eventualidade de uma execução, os responsáveis sejam punidos. Também tem um caráter preventivo, uma vez que, semestralmente, os relatórios são entregues aos comandantes das polícias, oportunidade em que são discutidas medidas conjuntas que possam evitar que tais situações continuem ocorrendo. É bom que se registre que, nessas conversas, tem ficado claro que esses números preocupam também os comandos das polícias, destaca o procurador.

 

************Matéria com acréscimo de informações às 14h42 de 17/01/2019