Funcionários dos Correios de Guarapuava entram em greve
Segundo o Sintcom-PR, a decisão no Estado foi tomada por unanimidade em assembleias realizadas entre os dias 2 e 5, nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Ponta Grossa
Servidores dos Correios entram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (12). De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), os trabalhadores são contra mudanças no plano de saúde da empresa, que preveem o pagamento das mensalidades pelos funcionários e a retirada de dependentes dos contratos.
Além disso, o benefício poderá ser reajustado conforme a idade, chegando a mensalidades acima de R$ 900″, informou a Fentect, em nota, ressaltando que o salário médio dos trabalhadores dos Correios é de R$ 1,6 mil, o pior salário entre empresas públicas e estatais.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), a decisão no Estado foi tomada por unanimidade em assembleias realizadas entre os dias 2 e 5, nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Ponta Grossa.
Hoje [dia 12] as agências não estão atendendo e a distribuição domiciliar vai paralisar também, a greve conta com cerca de 80% de adesão, disse Alex Menezes, delegado regional do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná, à rádio Cultura. Em Guarapuava e região são cerca de 100 funcionários da empresa.
Entre outras reivindicações, os trabalhadores são contra as alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários; a terceirização na área de tratamento; a privatização da estatal; a suspensão das férias dos trabalhadores; a extinção do diferencial de mercado e a redução do salário da área administrativa.
Além disso, entre as demandas da categoria estão a contratação de novos funcionários por meio de concurso público, a segurança nos Correios e o fim dos planos de demissão.
A federação também é contra a extinção e terceirização do cargo de operador de triagem e transbordo, importante para o movimento do fluxo postal interno. Para piorar a situação, a empresa também anunciou o fechamento de mais de 2.500 agências próprias, por todo o Brasil, diz a nota da Fentect.
DESMONTE
Para a categoria, o desmonte promovido pela gestão dos Correios tende a prejudicar ainda mais os serviços à população. A Fentect esclarece que alguns argumentos repassados transmitem uma visão enganosa da realidade na estatal. Por exemplo, quanto ao monopólio dos Correios, que, hoje, corresponde apenas a cartas, malote e telegrama. O segmento de encomendas, como o Sedex, entretanto, sempre foi concorrencial, informou.
Quanto ao reajuste dos preços dos serviços da estatal, a federação discorda de aumentos abusivos nos valores. Já em relação ao argumento da ECT para esse reajuste, a respeito da segurança dos trabalhadores, a Fentect esclarece que não há nenhum benefício pago ao trabalhador por esse motivo, bem como nenhum adicional.
No dia 6 deste mês, os Correios começaram a cobrar uma taxa extra de R$ 3 para encomendas com destino ao Rio de Janeiro. O motivo seria a elevação dos custos da entrega por causa da violência no município. No dia 9, entretanto, após decisão da Justiça Federal, a estatal suspendeu a cobrança.
Para a Fentect, a empresa não onera o governo federal ou o bolso do cidadão com arrecadação de impostos. Ao contrário, é o governo quem tem retirado verbas da empresa, sem retorno, nos últimos anos, como da ordem de R$ 6 bilhões, informou. Com todos os erros e ingerências políticas na administração dos Correios, a direção da estatal promove essas e outras retiradas de direitos dos próprios trabalhadores, responsabilizando-os pelos danos da ECT.