Filho da lenda Josimar é titular da lateral-direita do Batel

Em 1986, o lateral-direito Josimar fez um gol antológico em partida da Copa do Mundo, no México. Muito antes da área da Irlanda do Norte, ele mandou um petardo de perna direita que entrou no ângulo superior do gol adversário defendido por Pat Jennings. O eterno ídolo botafoguense fez história.

Em 2017, o também lateral-direito Josimar Higino Pereira Junior (29 anos) quer fazer história no time da Associação Atlética Batel. O nome não é coincidência. Ele é filho da lenda viva Josimar, que vive hoje em Roraima e virou até mesmo nome de revista norueguesa.

As pessoas fazem comparação. Mas o diferencial é que meu pai não entra em campo para jogar. Não sou o Josimar que jogou a Copa de 86. Sou o filho dele e venho construindo a minha história no futebol, diz o atleta batelino, com sotaque carioca, em entrevista exclusiva ao CORREIO.

O Josimar do Batel nasceu no Rio de Janeiro e passou por clubes como Botafogo, Cruzeiro, Vasco, Figueirense, Santos, Palmeiras, Paulista (Jundiaí) e Prudentópolis, antes de chegar a Guarapuava.

Aliás, a sua contratação junto ao rubro-negro da Baixada surgiu depois da boa campanha de seu clube anterior, o Prudentópolis, no Campeonato Paranaense da Primeira Divisão, este ano. Como eu conheço o Marcelo H. do Ó [técnico do Batel] e gostei do trabalho dele, comprei a ideia. Graças a Deus, estou sendo feliz aqui também.

Mais do que vestir as cores batelinas, Josimar Junior quer fazer história no clube que disputa atualmente a Terceirona estadual. A vida do ser humano também se trata de reconstrução. Vira e mexe, estamos nos reconstruindo em alguma área da vida. E fazer parte dessa reconstrução do Batel está sendo importante para mim. Tem me agregado bastante experiência, afirmando que já se sente um cidadão guarapuavano, principalmente pela acolhida dos torcedores do município.

Mas com humildade. Ciente das dificuldades de disputar uma Terceira Divisão bem equilibrada, Josimar pensa jogo a jogo com o objetivo maior de levar o Batel à Divisão de Acesso em 2018. E quem sabe um título inédito. Quero gravar o nome na história do Batel. E fazer com que a nossa geração fique marcada aqui.

ESTILO

Assim como o pai, Josimar gosta de apoiar no ataque do Batel. No entanto, sem descuidar de ajudar o time na parte defensiva. Nossa primeira função é acertar a marcação atrás. O apoio é consequência. Onde for preciso, eu quero estar dentro de campo pra ajudar.

Seu sonho é de fazer gols antológicos como o seu pai. Inclusive, aqui no Batel. Em nome de Jesus, eu creio nisso.

Nessa caminhada em Guarapuava, ele diz que o professor Marcelo é fundamental na armação do time. Segundo Josimar, o técnico é um cara sério e sossegado, que sabe cobrar o elenco.

PAI

Em uma conversa com o lateral batelino, é impossível não fazer uma resenha boleira sobre o seu pai, que foi convocado às pressas por Telê Santana em 1986, em decorrência do corte do titular, Leandro.

Mas Josimar (pai) entrou para a história do futebol mundial com o golaço contra a Irlanda, na narração do mito Osmar Santos (o pai da matéria). A mão de Deus nesse momento, pois meu pai teve a oportunidade de jogar uma Copa do Mundo. Não é pra qualquer um, avalia Josimar Junior. Quem sabe eu não consigo repetir essa história maravilhosa.

Mesmo afastado dos gramados, a lenda Josimar gosta de ficar por dentro do desempenho do filho, único da prole Pereira que seguiu carreira no futebol. Junior garante que não foi por influência paterna.

REVISTA

O nome Josimar não batiza apenas uma lenda da Seleção e um jogador do Batel. Em 2009, dois jornalistas fundaram uma revista de futebol na Noruega com o nome Josimar.

Em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, os criadores da publicação explicaram que a inspiração do título veio justamente de 1986, quando eram crianças e viram o golaço de Josimar contra a Irlanda do Norte e outra pintura do lateral contra a Polônia.

O filho Josimar Junior diz que já viu essa revista norueguesa e acha muito legal a homenagem a seu pai. Ele [Josimar] cravou o seu nome na história do futebol. Ele foi um excelente atleta e é um excelente pai, diz.

HÁBITOS

Botafoguense de coração, Josimar Junior gosta de praia, música (principalmente gospel) e é convertido na religião. Longe do Rio de Janeiro, sente bastante saudade do filho.

Ele termina a entrevista deixando um agradecimento à torcida do Batel, que tem apoiado e acreditado no time.

JOGO

Nesta quarta-feira (25), às 16h30, o Batel recebe o Verê, no Estádio Waldomiro Gelinski, em partida válida pela quinta rodada do Campeonato Paranaense da Terceira Divisão.

Os ingressos estão à venda no WG: arquibancada a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia); cadeiras a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

 

***************Relembre o golaço de Josimar, na Copa do Mundo de 1986