Enfrentamos policiais resultaram em 171 mortes no 1º semestre, diz MP-PR

O número representa um aumento de 24,3% em relação ao primeiro semestre de 2017 e de 36,6% se comparado com o segundo semestre do ano passado

Negras/pardas e com idade entre 26 e 35 anos. Esse é o perfil majoritário das vítimas em enfrentamentos com policiais no primeiro semestre deste ano.

Segundo o Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), nos primeiros seis meses de 2018 houve 171 pessoas mortas em enfrentamentos com policiais militares. Foram constatadas ainda cinco mortes causadas por policiais civis e três envolvendo guardas municipais (em Piraquara, Londrina e Quatro Barras).

O número representa um aumento de 24,3% em relação ao primeiro semestre de 2017 e de 36,6% se comparado com o segundo semestre do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (16/agosto) pelo MP-PR, que em entre suas funções o controle externo da atividade policial.

As mortes em enfrentamentos com a Polícia Militar decorreram de 132 eventos, sendo que 156 delas derivaram de atuação em trabalho direto dos policiais, enquanto as outras 15 envolveram policiais militares em período de folga.

O coordenador estadual do Gaeco, procurador de Justiça Leonir Batisti, destaca que o levantamento se refere a pessoas mortas durante o enfrentamento das polícias, ou seja, quando especialmente a Polícia Militar acorre a um chamado e tem um resultado.

O que eu quero sublinhar é que nós fazemos esse acompanhamento em números e, com esse acompanhamento, o Ministério Público no mesmo momento e na mesma hora já transmite as informações ao promotor da respectiva comarca ou respectiva área para uma verificação mais presente de como aconteceram esses fatos, diz Batisti, via assessoria de imprensa.

O coordenador estadual do Gaeco explica também que quando se identifica, nos fatos, um desvio ou falha da ação policial existe a abertura de inquérito solicitado à Polícia Militar ou eventualmente o Ministério Público faz o procedimento investigatório.

MESES

Foram 26 mortes em janeiro (15,2%), 32 em fevereiro (18,7%), 37 em março (21,6%), 27 em abril (15,8%), 21 em maio (12,3%) e 28 em junho (16,4%). Curitiba foi o município com mais casos, com 43 mortes (25,1% dos casos), seguido de São José dos Pinhais, com 12 (7%), e Londrina, com 11 (6,4%).

Em toda a Região Metropolitana de Curitiba, houve 95 mortes (55,5% do total), assim divididas: Curitiba – 43, São José dos Pinhais – 12, Araucária – 6, Colombo – 6, Almirante Tamandaré – 5, Campo Largo – 5, Quatro Barras – 5, Piraquara – 4, Campo Magro – 3, Fazenda Rio Grande – 3, Pinhais – 2, Balsa Nova – 1.

PERFIL

Entre as vítimas, 75 (43,9%) eram brancas, e 96 (56,1%), negras e pardas. A distribuição dos mortos por faixas etárias foi a seguinte: 18 (10,5%) até 18 anos de idade, 81 (47,4%) entre 26 e 35 anos e 49 (28,6%) acima de 35. Não foi apurada a idade exata de 23 pessoas (13,5%).