Em cinco anos, participação feminina na engenharia aumenta 27% na região de Guarapuava

O segmento que mais teve inserção de mulheres na regional de Guarapuava é o de Engenharia Elétrica que aumentou 66% entre 2014 e 2018, já em nível estadual o maior índice registrado no mesmo período é de 33%, na atividade de Engenharia Civil

De acordo com dados do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Paraná (Crea-PR), nos últimos cinco anos, o número de profissionais registradas nas atividades de Engenharias saltou de 364 para 497 na regional de Guarapuava – que compreende além da terra do lobo bravo também as cidades de Irati, Laranjeiras do Sul e União da Vitória.

O aumento de 27% de inserção de mulheres engenheiras nesta região acompanha a lógica de crescimento do Estado que, nos últimos cinco anos, passou de 9.609 para 12.546 profissionais registradas no Conselho, o que totaliza um índice positivo de 24%.

O segmento que mais teve inserção de mulheres na regional de Guarapuava é o de Engenharia Elétrica que aumentou 66% entre 2014 e 2018, já em nível estadual o maior índice registrado no mesmo período é de 33%, na atividade de Engenharia Civil.

A inspetora da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea-PR, Sandra Cristina Glinski, relata que quando cursou Engenharia Civil a sua turma era equilibrada entre acadêmicos do sexo feminino e masculino. “Sou da turma de 2010, e lembro que basicamente a sala era composta por metade homens e metade mulheres. Cada vez mais as mulheres estão buscando o seu lugar ao sol na Engenharia e mostrando que este não é um universo somente masculino. Especificamente na Engenharia Civil, o leque de mercado é muito amplo e, vejo que, muitas vezes, as mulheres desempenham certas atividades com mais facilidade, por serem mais observadoras e minuciosas”, aponta.

CRESCIMENTO

Outra atividade que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos é a Engenharia de Segurança do Trabalho, que em nível estadual registrou aumento de 29% no registro de mulheres desde 2014. Para a inspetora do Crea-PR da Câmara Especializada de Agrimensura e Engenharia de Segurança do Trabalho, Andressa Haiduk, o aumento das exigências trabalhistas e fiscalizações contribuíram para que este segmento passasse a ser olhado com mais atenção pelos engenheiros e engenheiras. “Atualmente, muito se fala em eSocial e seu impacto nas empresas. Com este mercado em alta, as empresas passaram a trabalhar de forma preventiva e não somente na corretiva. O fato da atividade de Segurança do Trabalho ser tanto de campo como gerencial atrai um maior número de mulheres que cada vez mais ocupam cargos de chefia. No meio acadêmico também já vemos o crescente número de mulheres em praticamente todas as Engenharias, sendo a Engenharia de Segurança uma delas”, observa.

Apesar da procura crescente de mulheres pelas profissões das Engenharias os homens ainda são maioria, representando uma proporção média de 85% para 15% em todas as atividades. Por este motivo, o Crea-PR tem aproveitado a procura cada vez maior de mulheres nas graduações e pós-graduações de Engenharias para estimular esta tendência através de ações pontuais.

COMITÊ

Desde o início de 2017, o Crea-PR conta com o Comitê Mulheres, que objetiva fomentar , o aumento da participação feminina nas decisões e em tudo que envolve o sistema Confea/Crea e as profissões da Engenharia, Agronomia e Geociências. Atualmente o Comitê é coordenado pela engenheira agrônoma Márcia Laino, que, neste segundo semestre, tem liderado o trabalho do grupo na produção de uma cartilha contra o assédio no canteiro de obras.