Editora brasileira busca retorno do personagem Diabolik em edição especial

Desde o ano passado, os leitores brasileiros acompanham uma onda de fumetti (como são chamadas as HQs na Itália) nas bancas de jornal, comic shops e principalmente na internet. Graças à iniciativa de editoras conhecidas e de projetos independentes de fãs, os quadrinhos da Sergio Bonelli Editore (SBE) ganharam impulso com novas revistas ao mercado em língua portuguesa.

Há anos longe das prateleiras, personagens como Dylan Dog, Martin Mystére, Nick Raider, Nathan Never, Mágico Vento e Dampyr retornaram para fazer companhia aos títulos protagonizados por Tex, Julia e Zagor, ao melhor estilo da lendária casa editorial italiana.

As iniciativas independentes da família Lorentz (na editora que leva seu nome) e de Leonardo Campos (editora 85) chamaram a atenção do mercado tradicional de gibis, que pegou carona na ideia e investiu em novas revistas com antigos personagens. O ativismo digital deixou boas lições em campanhas de financiamento coletivo que viabilizaram os novos projetos.

Assim, o próximo personagem dos fumetti que retorna é Diabolik. Criado em 1962 pelas irmãs Giussani (Angela e Luciana) e publicado pela editora Astorina, ele é um dos famosos anti-heróis italianos.

Diabolik é um homem de inteligência fora do normal e de uma audácia sem limites. Seus poderes parecem sobrenaturais. É o homem dos mil disfarces. Com suas máscaras especiais feitas de plástico, consegue modificar a fisionomia de seu rosto; com lentes de contato coloridas, muda a cor dos seus olhos, e graças a uma infinidade de truques é capaz dos crimes mais bem engendrados, ao lado de sua fiel parceira, e não menos cruel, Eva Kant.

Somente a genialidade e tenacidade do inspetor Ginko é capaz de enfrentar Diabolik e Eva Kant. Essa briga de gato e rato encanta gerações na Itália há décadas.

Pouco tempo após sua criação, Diabolik alcançou altas tiragens tornando-se rapidamente um fenômeno dos fumetti. Diabolik é publicado até hoje no formato bolso (12 x 17cm), em histórias de 120 páginas. Este formato tornou-se uma marca do personagem.

Seu sucesso é tão grande que, atualmente, suas três revistas mensais vendem juntas mais de 1 milhão de exemplares por ano, na Itália. Sua revista mensal de aventuras inéditas já passa da edição número 850.

BRASIL

No Brasil, Diabolik teve três passagens: sete edições pela Nueva Fronteira (editora argentina que publicava no Brasil), 12 edições pela Vecchi e 15 edições mensais e uma edição especial dupla pela editora Record nos anos de 1990.

De lá para cá são 27 anos de ausência. Por isso, a editora 85 (a mesma do projeto do Dampyr) está com uma campanha de financiamento coletivo no ar. Qualquer pessoa com acesso à internet pode contribuir com dinheiro para tornar realidade uma edição no formato 12 x 17cm, com quatro histórias ao longo de 480 páginas, em papel offset e formato original.

Até a tarde desta terça-feira (12), a campanha já havia arrecadado R$ 8.936, superando a meta inicial de R$ 5 mil. Portanto, já se pode dizer que Diabolik retornará ao mercado brasileiro em 2018.

Mas ainda dá tempo de contribuir com a campanha, que se encerrará às 23h59m59s da próxima sexta-feira (15).

ENTENDA

Com as vendas ainda em vigor do volume Dampyr – e isso após o bem sucedido financiamento -, o pessoal da editora 85 começou a pensar em um novo projeto de apoio dos internautas. E se nós lançássemos um novo desafio aos leitores brasileiros? Qual outro personagem, já publicado no Brasil, deixou tantas saudades quanto nosso meio-vampiro tão adorado?, diz o texto de divulgação.

Assim, apareceu no horizonte a publicação de Diabolik. Uma nova história recomeça no Brasil.

SERVIÇO

A campanha de apoio ao volume Diabolik (editora 85) está no ar no site Catarse.