Déficit de professores é de cerca de 5% no contexto global da Unicentro

Segundo o novo reitor Osmar Ambrósio de Souza, hoje a instituição sofre com a saída anual de 15 a 17 docentes por aposentadoria, em um cenário natural de crescimento da instituição. O problema é que essas vagas não têm sido repostas

Entre efetivos e colaboradores, o déficit de professores na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) é em torno de 5% no âmbito global, estima Osmar Ambrósio de Souza, que deve assumir o cargo de reitor da instituição no próximo dia 1º de abril. Até então, ele era vice-reitor de Aldo Nelson Bona, que precisou abdicar do cargo para compor o Governo Ratinho Junior.

Segundo Souza, hoje a Unicentro sofre com a saída anual de 15 a 17 docentes por aposentadoria, em um cenário natural de crescimento da instituição. A saída de professores da Unicentro começa a aparecer com maior intensidade.

Há pelo menos quatro anos, essas vagas não têm sido repostas por meio da contratação de candidatos aprovados em concursos públicos. É que, no passado recente, o então governador Beto Richa assinou um compromisso que impediu a ampliação da folha salarial do Estado, paralisando assim o processo de reposição dos aposentados.

Os únicos docentes que ingressaram na Unicentro foram por meio de decisões no âmbito jurídico. Por outro lado, Souza estima que são mais de 30 profissionais esperando pela nomeação e mais uma quantidade enorme de vagas abertas nos últimos anos.

O quadro atual de professores dessa instituição de ensino superior é de 570 efetivos e mais 300 ou 350 colaboradores (aqueles com contrato por tempo determinado). Segundo o novo reitor, o ideal seria que essas 300 vagas temporárias se transformassem em 300 definitivas em um plano de expansão da universidade. Sabemos que, no curto prazo, isso vai ser impossível. Mas, se pelo menos, tivéssemos um planejamento de reposição dos professores, já aliviaria muito a situação dos departamentos.

Em caso de demora do decreto governamental para contratar carga horária de colaboradores, o novo reitor avisa que a situação pode se agravar (Foto: Cristiano Martinez/Correio)

AULAS

Com a nomeação de efetivos suspensa, a Unicentro costuma utilizar os chamados professores colaboradores, que prestam serviço à instituição durante um determinado período de tempo.

Mesmo nesse caso, existem dificuldades. Tudo porque é preciso uma autorização de contratação de carga horária para selecionar os colaboradores. Osmar Ambrósio de Souza conta que, antes, a Unicentro tinha uma autorização de 10 mil horas; mas hoje a demanda é de 12 mil horas, porque mais docentes efetivos se aposentaram e a universidade deu início às atividades do curso de Medicina.

No entanto, segundo o novo reitor, a proposta do governo estadual é autorizar 11,1 mil horas para contratação de colaboradores. Em breve, um decreto de autorização deve ser publicado, pois os novos contratos dependem disso.

Hoje nós temos falta de professor, mas não é tão grande assim. Está na casa de 8% a 10% a falta de professor colaborador, avalia Souza, detalhando que cerca de 50% da carga horária está na mão dos efetivos; e 50% com os colaboradores. Isso significa que, no contexto global da universidade, em torno de 5% de falta de professor hoje.

SITUAÇÃO

Em caso de demora do decreto governamental para contratar carga horária, o novo reitor avisa que a situação pode se agravar. Segundo ele, nesse caso os contratos de colaboradores do ano passado que vencem em meados de 2019 não poderão ser renovados. Com isso, amplia-se o número de horas descobertas.

E os professores efetivos não podem simplesmente absorver essa carga horária, pois cada área tem suas especificidades e demandas de trabalho.