Cultura realiza audiências públicas para conhecer demandas do setor

Primeira reunião foi realizada nesta semana em Paranaguá; encontros seguem até julho em todas as macrorregiões do Estado. As próximas reuniões ocorrem em Ponta Grossa, no dia 5 de junho, e em Guarapuava, no dia 6

Entender as demandas culturais de cada macrorregião do Estado, estabelecer diálogo com os agentes, responder todas as dúvidas a respeito de programas e editais e, sobretudo, construir coletivamente planos setoriais de cultura que atendam todo o Paraná Esses são alguns dos objetivos das audiências públicas de cultura que ocorrem até julho em oito cidades.

A primeira audiência pública aconteceu quarta-feira (29), em Paranaguá. O encontro, realizado na Biblioteca Municipal Leôncio Correia, reuniu a equipe da Superintendência-Geral de Cultura com os representantes de entidades, artistas do Litoral e o secretário municipal de Cultura e Turismo, Alisson Camargo.

As próximas reuniões ocorrem na macrorregião Campos Gerais, em Ponta Grossa, no dia 5 de junho (no Cine Teatro Ópera) e na macroregião Sul, em Guarapuava, no dia 6 (Unicentro – Campus Santa Cruz). O cronograma o formulário de inscrições estão disponíveis AQUI.

MUNICÍPIOS

Para a superintendente de Cultura da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, um dos pontos importantes das audiências públicas é estar nos municípios. É difícil definir a política cultural do Estado dentro do escritório com a sua equipe em Curitiba”, diz ela.

“Aprendi com o governador Ratinho Junior, nas transferências da sede administrativas para cidades do interior, que estar nos municípios é essencial para sentir a cultura local, falar com o produtor e com o artista, afirma a superintendente. Nosso Paraná é grande, tem 399 municípios, cada região com a sua característica. É muito importante estar na região para sentir como ela funciona.

EQUIPE E PROGRAMA

Além da apresentação da equipe, Luciana falou sobre programas desenvolvidos pela Superintendência de Cultura, como o Cinema na Praça, com exibição de filmes e oficinas de cinema com celular nos 339 municípios sem salas de cinema; cursos presenciais e à distância de gestão museológica pela Coordenação do Sistema Estadual de Museus (Cosem) e o cardápio cultural (a superintendência colocará à disposição das cidades programas disponíveis e oficinas de formação que podem ser realizados nos municípios).

A audiência tratou, ainda, das eleições dos novos membros do Conselho Estadual de Cultura (Consec), no fim de outubro. Conselheira da macrorregião Litoral, Beni Moura Cardoso avaliou como positiva a ida da equipe a Paranaguá.

“O Litoral é uma região com uma cultura única no país, temos uma preocupação grande com a preservação do fandango, por exemplo. Ouvir e sentir o anseio da comunidade é muito importante”, diz.

PROFICE

O Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice) é outro tópico abordado na audiência. O objetivo é esclarecer as principais dúvidas dos proponentes de projetos realizados pelo programa, via renúncia fiscal de ICMS.

O próximo edital será lançado em julho deste ano. O valor ainda não está fechado, mas será maior do que o último edital, de 2017, de R$ 35 milhões. Hoje, nossa concentração maior de proponentes é em Curitiba. Não queremos reduzir isso, mas dar oportunidade para que todo o Estado entenda o sistema, frisa a superintendente. Nos quatro anos de gestão, o objetivo é lançar dois editais do programa e atender 300 projetos em todas as macrorregiões.

A Superintendente de Cultura Luciana Casagrande Pereira falou sobre os principais projetos para 2019 (Foto: Kraw Penas/SECC)

PLANO SETORIAL

Na parte da tarde, os agentes culturais e artistas se reuniram com grupos da superintendência para levar suas demandas e sugestões sobre as dez áreas artístico-culturais: teatro; ópera; circo; artes visuais; audiovisual; dança; literatura, livro e leitura; música; patrimônio cultural material e imaterial; e manifestações populares, tradicionais e étnicas da cultura.

As conversas trataram de políticas públicas para o setor, principais problemas, dificuldades e demandas. É um modelo novo que permite uma conversa próxima com os responsáveis pelas áreas nos municípios, para que seja possível traçar um diagnóstico mais completo, levando em conta as necessidades específicas de cada região, explica o diretor artístico do Centro Cultural Teatro Guaíra, Cleverson Cavalheiro, que integra a equipe de dança e teatro.

Elizângela Sarrafi, que é professora de Artes na Rede Municipal de Ensino e trabalha com teatro de bonecos, foi uma das agentes culturais que participou das conversas. Esse diálogo com os artistas quebra a barreira que existe entre a gente e o que está acontecendo nas secretarias, salienta.

INSCRIÇÕES

As audiências públicas de cultura são voltadas para agentes, produtores e todas as pessoas que promovem a cultura no Paraná. São divididas em dois momentos: na parte da manhã, a superintendência apresenta os principais projetos e esclarece dúvidas sobre o Profice e as eleições do Consec.

Na parte da tarde, os agentes inscritos em cada uma das dez áreas artístico-culturais se reúnem com especialistas da equipe da superintendência para apresentar as principais demandas e dificuldades do setor na área. O objetivo é poder formatar políticas culturais que atinjam todos os 399 municípios.