Balística forense concluiu quase oito mil laudos em dois anos

Os dados foram contabilizados pelo Instituto de Criminalística, que é ligado à Polícia Científica no Paraná

Uma comparação feita nesta semana demonstrou que a Seção Técnica de Balística Forense do Instituto de Criminalística produziu quase oito mil exames periciais nos anos de 2015 e 2016. Foram 7.687 análises, somando os dois anos, relacionadas a armas de fogo e munições utilizadas na prática de crimes. Só em 2017, a seção já concluiu 2.968 exames. Os dados foram contabilizados pelo Instituto de Criminalística, que é ligado à Polícia Científica no Paraná.

Fundamentais para a elucidação dos crimes, as análises periciais, nesta área, objetivam examinar armas de fogo e constituem-se em exames de comprovação da eficiência e prestabilidade, ou seja, verificar se a arma está funcionando e se é capaz de produzir disparos, seja em casos de lesão corporal ou morte. Além disso, há a perícia de comparação balística, que é a determinação da arma que efetuou o disparo do projétil.

Foi assim, por exemplo, em um caso de grande repercussão ocorrido no fim do ano passado. Na morte da copeira Rosária Miranda da Silva, em Curitiba, em dezembro de 2016, o exame balístico não deixou dúvidas a respeito do estojo encontrado no local do crime: foi disparado pela arma da principal suspeita de efetuar o disparo.

Para o diretor-geral da Polícia Científica do Paraná, Hemerson Bertassoni Alves, o Laboratório de Balística Forense é um dos mais produtivos em âmbito nacional e estadual dentro das questões operacionais da Polícia Científica. Esse trabalho garante à segurança pública a confirmação na materialidade e autoria de crimes, a partir da perícia balística que examina armas e também rastreia esses crimes em diferentes locais, ressaltou.

O diretor do Instituto de Criminalística, Emerson Luiz Lesniowski, explica: Cabe ao perito da seção dizer que material é aquele recebido pela balística e se está adequado para uso, além de perícias em que há confronto balístico para verificar a utilização da arma em situações de crime e isso demanda muito trabalho, de acordo com a exigência de cada exame.

EXAMES

Esses trabalhos são feitos inicialmente por exames descritivos, em que a perícia repassa no laudo informações a respeito do que é o objeto pericial (vestes, munições ou armas de fogo), características e se estes estão eficientes para uso. Em relação às armas brancas, há apenas esse tipo de perícia. Nesses casos examinamos também coletes balísticos e capacetes, para verificar se há algum dano neles e se foram produzidos, ou não, por arma de fogo ou arma branca, ou se são danos resultantes de uso normal, explicou o coordenador da seção, o perito criminal Márcio Borges de Macedo.

Além da descrição são elaborados outros exames mais complexos. Nesses casos, é possível fazer a comparação do projétil que foi coletado no local do crime ou no corpo da vítima, para verificar de qual arma foi expelido. Esse método mais complexo é conhecido como exame de comparação balística e é segmentado em três fases.