As quatro décadas de Halloween
Ao lado das decorações típicas do Dia das Bruxas (comemorado neste 31 de outubro), o longa-metragem Halloween (1978), escrito e dirigido pelo mestre do horror John Carpenter, é um dos símbolos da data; aos adeptos do gênero, a recomendação é a continuação
Silencioso, frio e incansável. Michael Myers deu as caras pela primeira vez no longa-metragem Halloween (1978), que tem John Carpenter no roteiro, direção, trilha sonora e produção. Desde lá, há mais de quatro décadas o mascarado assassino vem marcando as comemorações de 31 de outubro.
A dica para aos leitores que gostam de sentir calafrios com o cinema de terror para esta noite são dois filmes da franquia: o primeiro e o último, lançado em 2018.
No clássico, o pequeno Michael, aos seis anos, mata a própria irmã a facadas em pleno Dia das Bruxas. Anos mais tarde, já adulto, ele consegue fugir de um hospital psiquiátrico e passa a perseguir a jovem Laurie Strode e seus amigos, que lutam para escapar do vilão.
Além de ter catapultado a carreira de Carpenter, que até então acumulava fracassos comerciais e de crítica, Halloween deu início a uma lucrativa franquia com 11 filmes, sempre tendo como foco as ações de Myers.
O sucesso foi tanto que a produção de 1978 lucrou mais de US$ 70 milhões, tendo custo de apenas US$ 325 mil – uma pechincha para os dias atuais.
Em termos cinematográficos, o longa foi fundamental para criar uma nova geração do terror, sendo percursor do slasher do lado de O Massacre da Serra Elétrica (1974), que também é uma ótima pedida aos adeptos do gênero.
ORIGINAL
Da primeira à última morte causada do Michael, o que chama atenção é a total frieza com que o vilão age ao longo da história. Inclusive, o roteiro escrito por Carpenter e Debra Hill em cerca de dez dias é essencial para manter um clima de suspense durante a película e, em determinados momentos, pegar o espectador de surpresa.
Isso ocorre logo nos minutos iniciais quando o menino ataca a própria irmã, e nas estranhas ligações em que só é possível ouvir sua pesada respiração.
Do ponto de vista técnico, o filme tem boas escolhas, como takes com câmera objetiva e a música-tema do vilão, que se tornou uma das mais emblemáticas do cinema.
RETORNO
Ignorando todas produções posteriores – com direito a títulos clichês como Retorno, A Vingança e Ressurreição -, o diretor David Gordon Green – tendo consultoria criativa de Carpenter – optou em 2018 por continuar a história a partir dos acontecimentos de 1978.
Assim, Halloween (2018) acompanha rotina da traumatizada Laurie, que tenta viver com os fantasmas do seu passado, e traz o já idoso Michael, que está com sede de vingança.
Apesar de ter sido modernizada, a trilha sonora mantém os teclados nervosos de John, que teve contribuição de Cody Carpenter e Daniel Davies.
Mesmo estando fora dos sistemas de streaming, os dois filmes deverão marcar os canais da TV fechada neste Dia das Bruxas. Aos saudosistas, uma opção é vasculhar as tradicionais locadoras de vídeo.