Área livre da aftosa é um cartão de visita em qualquer mercado, diz presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinaram na última terça-feira (15 outubro) a suspensão da vacinação dos rebanhos de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa
A semana é histórica para o segmento agrícola no Paraná. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinaram na última terça-feira (15 outubro) a suspensão da vacinação dos rebanhos de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa.
Para o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, a suspensão abre um potencial interessante de mercado, que não se restringe somente à pecuária de corte. É para a suinocultura, principalmente, em função do volume. Mas com isso melhora toda a cadeia produtiva, explicando em entrevista ao CORREIO que a produção de suínos, por exemplo, terá um aumento de 70% em dez anos; e de 25% a 30% na bovinocultura de corte.
Sem contar também a geração de emprego e riqueza. Nós somos extremamente favoráveis à retirada da vacina. Mas temos de usar as outras ferramentas para manter e melhorar a sanidade [animal].
Não à toa, Botelho avalia que uma área livre de aftosa é um cartão de visita em qualquer mercado internacional, incrementando o comércio com outros países. Segundo ele, o Brasil não tem mais vírus circulante da doença.
GOVERNADOR
O fim da vacinação, ressaltou o governador Ratinho Junior em evento realizado em Guarapuava nesta quinta-feira (17), significa ampliar a vigilância nas fronteiras e o controle dos rebanhos, além de possibilitar a atração de mercados que ainda não compram carne do Paraná.
Abre oportunidade para o agronegócio do Estado competir com os principais países. Vamos produzir mais carne, exportar para o mundo e fazer todo esse processo com incentivo na industrialização das cadeias produtivas, afirmou, via ANPr.
O presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Cláudio Marques Azevedo, disse que comemora o fim da vacinação contra a febre aftosa. Era um passo que precisava ser dado. O produtor sempre fez a sua parte. Agora, com essa evolução, conseguiremos novas fronteiras para a carne e o leite. Isso trará melhor remuneração aos pecuaristas do nosso Estado, disse, também pela ANPr.
ENTENDA
A instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento proíbe o uso e a comercialização da vacina contra febre aftosa no Paraná a partir de 31 de outubro. A campanha de vacinação será substituída pela atualização do rebanho, que acontecerá duas vezes por ano, nos meses de maio e novembro, nas unidades da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) ou diretamente no site www.adapar.pr.gov.br e instituições autorizadas, como algumas prefeituras e sindicatos rurais.
A instrução representa mais uma etapa do processo que visa a obtenção do reconhecimento de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação pelo Ministério da Agricultura em setembro de 2020 e pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em maio de 2021. Isso possibilitará ao Estado ampliar o comércio mundial de carnes, acessando mercados que têm restrições ao rebanho vacinado. Além disso, a economia estimada para os produtores paranaenses com a suspensão da vacina é de R$ 30 milhões.