‘Adiamento não atrasa o processo’ diz advogado da família Spitzner

Luis Felipe Manvailer, a pedido de sua defesa, só deve falar à Justiça no próximo ano. Ele é acusado de matar a sua esposa, a guarapuavana Tatiane Spitzner

Os próximos passos do processo que investiga a morte da guarapuavana Tatiane Spitzner só devem ocorrer no próximo ano. Isso porque, a defesa de Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a mulher, pediu para adiar o depoimento do réu – a expectativa era que ele fosse interrogado nesta quinta-feira (13).

Apesar disso, o advogado da família Spitzner, Gustavo Scandelari, acredita que isso não deve atrasar o processo, já que novas audiências já estão marcadas para o dia 25 de janeiro em Curitiba.

Eventuais novas provas não deverão alterar o que já existe no processo, em especial os vídeos das violentas agressões que Manvailer praticou por longo período de tempo contra a sua ex-esposa, o laudo de necrópsia que atesta que a vítima sofreu esganadura até a sua morte e os vídeos do acusado empreendendo fuga antes de ser preso em flagrante próximo à fronteira com o Paraguai, esclarece Scandelari.

Além disso, o advogado questionou o adiamento do depoimento do réu, argumentando que isso pode ser visto como um indicativo de culpa.

O fato de que o acusado se considere inocente mas não tenha pressa em ser ouvido, mesmo estando preso, é indicativo de que é culpado, argumenta o advogado. Luis Felipe Manvailer está detido na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) há mais de quatro meses.

AUDIÊNCIA

No segundo dia de audiências, nesta quinta-feira (13), o pai e a irmã de Tatiane Spitzner prestaram depoimento à juíza Paola Mancini, e relataram o comportamento agressivo de Manvailer. 

Foto: Reprodução/RPC

De acordo com Scandelari, a insistência no argumento de que Tatiane teria cometido suicídio por parte dos advogados do réu demonstra fragilidade na defesa. A alternativa seria confessar.

CASO

Tatiane Spitzner foi encontrada morta em seu apartamento na região central da terra do lobo bravo na madrugada no dia 22 de julho. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), Manvailer além de ter matado a mulher, a jogou pela sacada do apartamento e, depois, recolheu o seu corpo.

Imagens das câmeras de segurança, que foram amplamente divulgadas, mostram agressões de Manvailer momentos antes da morte da advogada.

Devido a isso, ele responde pelos crimes de homicídio qualificado, cárcere privado e fraude processual, já que tentou apagar das provas do crime.

A defesa do réu alega que o MP-PR não deixou claro quando, onde e como Tatiane morreu; os advogados ainda pediram, por duas vezes, a suspensão do processo.

Luis Felipe Manvailer foi preso no município de São Miguel do Iguaçu, a 340 Km de Guarapuava, horas após a morte da vítima. A suspeita das autoridades é que ele estava tentando fugir para o Paraguai.