A ideia é de que o Caramuru represente todo o Paraná, diz técnico

Após botar Castro no cenário do vôlei nacional, o projeto Caramuru tomou tal dimensão que o seu idealizador, o técnico Fabio Sampaio, se viu obrigado a buscar um novo caminho. E ele estava a mais de 70 km, em Ponta Grossa. Mas os Campos Gerais são a ponta de lança de uma ambição maior: tornar o interior do Paraná uma referência nacional para o voleibol de elite.

Nossa ideia é de que não seja um projeto somente do município [Ponta Grossa]. É de que o Caramuru represente o Paraná como um todo, afirma o treinador, em entrevista ao CORREIO, durante a sua passagem por Guarapuava no último dia 16. A convite do professor guarapuavano Jefferson Christhiano Batista (que está à frente do projeto Amigos do Vôlei), o técnico de Superliga veio com jogadores e o preparador físico do Caramuru para uma palestra na Faculdade Guairacá.

Aliás, a visita à terra do lobo bravo é parte da estratégia de fortalecimento da marca Caramuru em outros municípios paranaenses. Segundo Sampaio, não é a primeira vez que vem a Guarapuava, onde tem amigos como o professor Batista. Quem sabe, um dia não possamos trazer uma partida de Superliga para cá?.

Atualmente, o time comandado por Sampaio, o Ponta Grossa Caramuru, disputa a maior competição nacional de vôlei, a Superliga. O campeonato reúne times como o bicampeão mundial Sada Cruzeiro; e o Maringá Copel Telecom, que foi montado pelo levantador Ricardinho, um dos melhores no mundo nessa posição em quadra.

A princípio, o Caramuru disputou a Superliga (divisões A e B) com as cores de Castro. Mas, segundo Sampaio, a pequena cidade não era mais suficiente para comportar o projeto. Por isso, o técnico e gestor tinha a ideia de vender o mando dos jogos da equipe para municípios maiores, como, por exemplo, Ponta Grossa e Guarapuava.

No entanto, a parceria deu certo mesmo nos Campos Gerais. A cidade de Ponta Grossa nos acolheu com uma solidariedade e um carinho que não tivemos em Castro, diz, destacando que, assim como em Castro, o projeto não recebe recursos públicos.

INTERIOR

Hoje as forças do voleibol masculino paranaense de alto rendimento se concentram no interior do Estado: no Noroeste, com o Maringá; e nos Campos Gerais, com o Caramuru.

Na avaliação de Sampaio, o esporte tem maior apelo nessas regiões. O interior é carente de eventos esportivos desse porte, destacando que a economia de um município como Ponta Grossa se beneficia do vôlei, como é o caso, por exemplo, da rede de hotelaria e dos restaurantes. Segundo ele, Castro perdeu muito com a saída do Caramuru, que conseguia lotar até mesmo treinos no ginásio.

SUPERLIGA

Um dos assuntos na palestra em Guarapuava era a experiência do Caramuru na Superliga. Sampaio explica que, por enquanto, a equipe não colheu resultados expressivos em quadra. Apesar de fazer bons jogos contra os favoritos, o time ponta-grossense só conseguiu uma vitória em seis partidas na temporada 2017/2018.

A gente vai colher frutos a médio e longo prazo. No ano que vem, acredito que vamos ter uma equipe extremamente competitiva, em função de um orçamento maior, explica o técnico. O Caramuru está numa crescente boa. A troca de município deu um gás maior, sim.

Nos jogos em casa, os comandados de Sampaio têm conseguido levar uma média de 3 mil pessoas à Arena Multiuso de Ponta Grossa.

DESAFIO

O próximo desafio do Caramuru na Superliga é nesta terça-feira (21), às 21h30, em Ponta Grossa. Em quadra, o adversário da vez é o Corinthians Guarulhos, com transmissão do canal pago Sportv para todo o Brasil.

Segundo Sampaio, a estratégia será explorar os erros de um adversário recheado de diversos campeões. Estamos focados. Sabemos que somos pequenos na competição, mas é isso que nos faz forte: reconhecer a nossa fraqueza e a nossa modéstia.

TORCIDA

O Caramuru já conquistou a torcida de Guarapuava. Um ônibus de grande porte lotado viaja nesta terça-feira (21) a Ponta Grossa para acompanhar a partida contra o Corinthians.