Sem caso com o acaso

Sem sombra de dúvida, não foi o acaso que moldou o som autoral da banda paranaense errorama. Mesmo em uma cidade com menos de 20 mil habitantes (dominada pelo sertanejo radiofônico), o quinteto remou contra a maré para assimilar a influência do rock introspectivo de bandas como Radiohead e The National.

Gustavo Ferreira (voz e guitarra), Saulo Giovane (teclados, guitarras e outros), Fabio Silva (guitarra), Tiago Silva (bateria) e José Jr (baixo) superaram a cultura musical de Araruna (município da região de Maringá) para produzir o seu projeto de rock alternativo.

Isso sem falar da distância física entre Ferreira – que atualmente se divide entre as cidades de Maringá e Rio de Janeiro (RJ) – e o resto da banda.

Por isso, o primeiro disco de estúdio do errorama – Todas as coisas que eu acho que sei – é mais do que um mero lançamento. Ele carrega uma história de organicidade de uma banda que se projetou no Estado em eventos como a Virada Cultural Paranaense.

Com produção do guitarrista/violeiro Leandro Delmonico (Charme Chulo), o CD vem sendo gestado desde o ano passado no estúdio Audiostamp (Curitiba). Todas as coisas que eu acho que sei mostra em 11 faixas o que o errorama tem de melhor: indie rock de sonoridade aberta, com espaço para guitarras noventistas e levadas que podem lembrar grupos de épocas distintas – Joy Division, Modest Mouse, Interpol ou mesmo Los Hermanos.

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Banda é formada por um quinteto

Tudo isso, incrementado em estúdio por sanfonas, metais e participações especiais de Layara Maizi em Pra dizer e Igor Filus (Charme Chulo) na faixa É que eu tenho que manter a minha reputação.

LUTA
Desde 2009, o errorama, luta bravamente para encontrar seu espaço numa região que outrora foi chamada de Seattle Brasileira, mas que hoje premia com ostracismo bandas que tenham um som diferente das bandas covers que sempre tocam na região.

Além da Virada Cultural Paranaense, o quinteto já tocou na Bienal do Livro de Campo Mourão e turnê como banda de abertura do Charme Chulo. A escolha de ter um produtor de fora da banda se deu pela busca de uma pluralidade maior nas composições, e principalmente trazer uma nova voz criativa contraposta às ideias da banda.

Outro ponto importante na consolidação da identidade sonora do errorama são as letras, dessa vez todas compostas em português. A banda que começou principalmente escrevendo em inglês e no segundo EP dividiu-se entre as duas línguas. Em Todas as coisas… ficam com o português nas faixas do disco.

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Capa criada por Álvaro Sasaki

Todas essas escolhas, desde composições mais abstratas e abertas, as letras em português e uma produção mais profissional foram as formas que a banda encontrou de se posicionar no cenário independente, de se aproximar ao máximo do que a banda é e do que ela quer ser e alcançar um público além do interior. Todas as coisas… é um disco para as horas de desconforto, de desencanto, mas também fala sobre amadurecimento, que é reflexo de toda produção do disco.

CAPA
A chamativa capa de Todas as coisas que eu acho que sei é obra de Álvaro Sasaki.

O CD na íntegra está disponível para audição em plataformas digitais na internet (caso de Deezer, Spotify, Bandcamp). O primeiro clipe de trabalho é Seria o caso?.

Para saber mais sobre a banda, acesse o site oficial ou a sua fanpage.

****Com informações de assessoria
Fotos: Divulgação