O ator austríaco naturalizado norte-americano Arnold Schwarzenegger pode ser acusado de tudo, menos de não cumprir sua palavra. Tá certo que foi uma promessa dita pelo personagem T-800 na série cinematográfica ‘O Exterminador do Futuro’: I’ll be back (‘Eu voltarei’, em tradução livre). Mas não deixa de ser sintomático na carreira do próprio ator.
Quando ninguém mais acreditava nele, Schwarza, como é carinhosamente conhecido, voltou ao papel que o consagrou nos anos de 1980: o androide futurista que viaja no tempo até a década oitentista para matar Sarah Connor. Criado pelo cineasta James Cameron, o primeiro filme da franquia ‘O Exterminador do Futuro’ dava início ao fluxo temporal para falar de um futuro dominado pelas máquinas e as esperanças depositadas na família Connor.
O personagem de Schwarza era o vilão, mas a sua atuação e algumas frases (como I’ll be back e Hasta la vista, Baby) entraram para os anais do cinema – junto com Eu vejo gente morta (de ‘O Sexto Sentido’, 1999), Com Deus por testemunha, eu nunca mais passarei fome! (de ‘E o Vento Levou’, 1939) e A Força esteja com você (‘Guerra nas Estrelas’, 1977), só para ficar em algumas.
Depois de ter ficado de fora do quarto filme da franquia e de ter estrelado o péssimo terceiro longa, o velho Schwarza empresta novamente seu sotaque carregado e seu peculiar estilo shakespeariano de atuar a ‘O Exterminador do Futuro: Gênesis’. Isso aos 67 anos de idade.
Dirigido por Alan Taylor, o quinto exemplar da franquia tem estreia nacional nesta quinta-feira (2) em todo o Brasil. Em Guarapuava, o filme tem sessões às 21h30 no Cine XV, com cópia legendada e em 3D.
No novo capítulo da saga criada pelo cineasta James Cameron em 1984, estamos no ano de 2029. John Connor (Jason Clarke), que lidera suas tropas na resistência contra as máquinas, está próximo da vitória final, que dará a liberdade para a humanidade.
Isso sem contar a inteligência dos cyborgs que, para sufocar a rebelião na raiz, envia um dos seus, em 1984, para eliminar Sarah Connor (Emilia Clarke), a mãe do líder rebelde, antes de ele nascer. Por sua vez, John Connor envia seu fiel tenente Kyle Reese (Jai Courtney) para protegê-la.
Os fãs da saga vão reconhecer o enredo da série, que consiste em idas e vindas no tempo, mas também descobrirão que este filme explora novas direções, nem sempre fáceis de acompanhar.
“Os avanços tecnológicos em matéria de inteligência artificial nos permite realmente atualizar a saga a uma época onde o Skynet (nome da consciência informática que rege o mundo no futuro) não é mais uma hipótese” explica David Ellison, um dos produtores deste episódio que segue os de 1984, 1991, 2003 e 2009.
Os roteiristas introduziram novos eventos nesse “reboot”, em voga em Hollywood e que consiste na realização de uma nova versão da mesma história. Permite, por exemplo, que Schwarzenegger retorne ao trabalho, aos 67 anos, após um interlúdio político de sete anos, quando foi governador da Califórnia e apelidado… “Governator”.
“Um mês após concluir meu mandato como governador, recebi um telefonema de Megan e David Ellison – os produtores do filme – que me perguntaram se eu estava disposto a participar de outro episódio de ‘O Exterminador do Futuro’, e eu disse sim imediatamente”, contou em uma recente coletiva de imprensa em Paris.
Redação/Reportagem local
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